O Impacto da Reforma Tributária no Agronegócio: O Que Muda?
- Aline Amorim

- 17 de mar.
- 4 min de leitura
A Reforma Tributária traz transformações significativas para diversos setores da economia brasileira, e o agronegócio não está isento dessas mudanças.
Por Aline. Amorim | Seg. 17 Mar 2025.
O novo modelo busca simplificar o sistema tributário, reduzir distorções e tornar a arrecadação mais eficiente. No entanto, há desafios e preocupações em relação à carga tributária e ao impacto nas cadeias produtivas. Neste artigo, vamos explorar o que muda para o agronegócio com a Reforma Tributária e como o setor pode se preparar para essa nova realidade.

Principais Mudanças na Tributação do Agronegócio
1. Substituição de Tributos
Atualmente, o agronegócio é impactado por tributos como PIS, Cofins, ICMS, IPI e ISS. Com a reforma, eles serão substituídos por dois novos impostos:
Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): substituirá o ICMS e o ISS, sendo arrecadado pelos estados e municípios.
Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): substituirá PIS e Cofins e será de competência federal.
Além disso, o Imposto Seletivo (IS) será aplicado a produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.
2. Cesta Básica Nacional e Alíquota Zero
Uma das mudanças mais relevantes para o agronegócio é a criação da Cesta Básica Nacional, que contará com alíquota zero para produtos essenciais. Além disso, itens agrícolas e alimentos não contemplados na alíquota zero poderão ter redução de até 60% na tributação.
Itens isentos de tributação:
Açúcar
Arroz
Aveia
Café
Carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves, além de produtos de origem animal (exceto foie gras)
Cocos
Farinha de mandioca e tapioca
Farinha de trigo
Feijões
Fórmulas infantis
Grão de milho
Leite fluido pasteurizado ou industrializado, incluindo leite ultrapasteurizado, leite em pó (integral, semidesnatado ou desnatado) e fórmulas infantis definidas por legislação específica
Manteiga
Margarina
Massas alimentícias
Mate
Óleo de babaçu
Pão francês
Peixes e carnes de peixes, exceto salmonídeos, atuns, bacalhaus, hadoques, saithes, ovas e outros subprodutos
Queijos (muçarela, minas, prato, de coalho, ricota, requeijão, provolone, parmesão, fresco não maturado e do reino)
Raízes e tubérculos
Sal
Itens com alíquota reduzida 60%:
Amido de milho
Cereais não contemplados com alíquota zero
Crustáceos (exceto lagostas e lagostim)
Extrato de tomate
Farinhas, grumos e sêmolas de cereais
Frutas de casca rija regionais, amendoins e sementes
Leite fermentado, bebidas e compostos lácteos
Massas recheadas (incluindo instantâneas)
Mel natural
Óleo de soja, milho, canola e demais óleos vegetais
Pão de forma
Polpas de frutas sem açúcar e conservantes
Produtos hortícolas, frutas e vegetais
Sucos naturais sem açúcar e conservantes
3. Fim de Regimes Especiais e Benefícios Fiscais
Atualmente, o agronegócio se beneficia de regimes tributários diferenciados e incentivos fiscais, como a isenção de PIS e Cofins para insumos agrícolas. Com a reforma, muitos desses benefícios serão eliminados, o que pode elevar os custos de produção.
4. Não Cumulatividade e Crédito Tributário
A proposta da reforma prevê um modelo de não cumulatividade plena, permitindo o crédito tributário em todas as etapas da cadeia produtiva. Isso pode reduzir o efeito cascata da tributação e aumentar a previsibilidade dos custos para os produtores.
5. Impacto no Custo de Produção e Competitividade
A nova carga tributária pode representar um desafio para produtores rurais, principalmente para pequenos e médios empresários. Estima-se que a alíquota final do IBS e CBS fique em torno de 28%, o que pode representar um aumento significativo em relação ao modelo atual, que possui tributações diferenciadas para o setor.
Imposto Seletivo – produtos sobretaxados
O Imposto Seletivo, também chamado de Imposto do Pecado, será aplicado a produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente, resultando em preços mais altos para esses itens.
Itens com tributação extra:
Bebidas açucaradas
Bebidas alcoólicas
Bens minerais
Jogos de azar
Embarcações e aeronaves
Produtos fumígenos (cigarros e afins)
Veículos
Benefícios e Desafios para o Setor
Benefícios:
Maior simplificação e transparência na tributação.
Não cumulatividade possibilita maior aproveitamento de créditos.
Redução da guerra fiscal entre estados.
Alíquota zero para itens essenciais pode ajudar na manutenção da competitividade.
Desafios:
Aumento da carga tributária para alguns segmentos do agronegócio.
Fim de benefícios fiscais pode elevar custos de produção.
Possível repasse de custos ao consumidor, impactando preços dos alimentos.
Necessidade de adaptação das empresas para novas regras fiscais.
Como o Agronegócio Pode se Preparar?
Para mitigar os impactos da Reforma Tributária, os produtores rurais e empresas do setor devem se preparar desde já. Algumas estratégias incluem:
Buscar assessoria especializada para entender os impactos da reforma no seu negócio.
Revisar a estrutura tributária da empresa para otimizar o aproveitamento de créditos fiscais.
Acompanhar as regulamentações complementares, que definirão detalhes da aplicação dos novos tributos.
Avaliar a possibilidade de investimentos em tecnologia para otimizar processos fiscais e administrativos.
A Reforma Tributária representa uma grande transformação para o agronegócio brasileiro. Embora traga simplificação e mais transparência ao sistema, os desafios relacionados ao aumento da carga tributária e ao fim de benefícios fiscais exigem atenção do setor. Dessa forma, é essencial que produtores e empresas se adaptem às novas regras e busquem estratégias para minimizar impactos negativos e maximizar oportunidades dentro do novo cenário tributário.
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